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Estudo - mortes de pedestres das rodovias

Estudo do centro de pesquisa IIHS, dos Estados Unidos, revela números e circunstâncias das tragédias.

28/08/2020
Nos últimos anos, mais de 800 pedestres têm morrido nas estradas americanas. A maioria das vítimas foi atropelada tentando fazer uma travessia em área urbana – é o que mostra um novo estudo do IIHS (Insurance Institute for Highway Safety, um centro de pesquisa).
 
Nos Estados Unidos, as mortes de pedestres aumentaram 53% entre 2009 e 2018, e já representam 17% de todas as fatalidades no trânsito no país. Nesse mesmo período, as mortes de pedestres em rodovias interestaduais teve um aumento superior ao do resto: 60%.

Para ter um retrato mais claro de quando, onde e por que essas mortes estão acontecendo, os pesquisadores analisaram informações da base de dados federal a respeito de acidentes automobilísticos. Investigaram, por exemplo, se muitos desses pedestres não seriam motoristas que haveriam deixado seus veículos no acostamento por uma falha mecânica ou falta de manutenção. Avaliaram também a influência do local ou do período do dia para a ocorrência dos acidentes.

ENTRE A CASA E O COMÉRCIO
Os pesquisadores descobriram que a maior parte das colisões fatais ocorre onde as rodovias acabam separando áreas residenciais de regiões comerciais. Ou seja, exatamente onde as pessoas precisam atravessar a estrada para ir de casa a um mercado, a um ponto de ônibus, escola ou outro estabelecimento. Embora um planejamento urbano feito há décadas seja complicado de desfazer, as comunidades podem tomar algumas ações práticas para promover a segurança dos pedestres. Um exemplo: a instalação de barreiras físicas que evitem a travessia dos pedestres em trechos sem semáforo ou passarela.

ESCURIDÃO E ALTA VELOCIDADE
Em todo o país, 2.518 mortes de pedestres em rodovias, entre 2015 e 2018, aconteceram em áreas urbanas, e no escuro da noite. Isso sugere que estradas mais bem iluminadas e faróis melhores podem fazer a diferença. 

Mas o maior problema ainda é controlar a velocidade do motorista. Mais da metade das colisões fatais se deu em trechos onde o limite de velocidade máxima era de 100 km/h para cima. Lembrando que, em média, nove a cada dez pedestres atingidos por um veículo a mais de 80 km/h morrem em decorrência dos ferimentos – acima dessa velocidade, então, não há pedestre que resista ao atropelamento.
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