O futuro do transporte, especificamente a iminente chegada dos veículos autônomos, foi um importante tópico no segundo dia da 5ª Cúpula Mundial de Governos, que contou com a participação de aproximadamente 4 mil líderes globais de 139 países em Dubai.
Elon Musk, CEO da Tesla, disse que, embora a existência de veículos sem condutor seja uma "ótima comodidade", ela resultará em uma perda de 12% a 15% dos postos de trabalho. "Precisamos encontrar novas funções para essas pessoas", pois a fabricação de mais veículos autônomos será "muito turbulenta e rápida".
Em uma conversa anterior sobre "O futuro da mobilidade" com Travis Kalanick, CEO e cofundador da Uber, ele acredita que as estradas estarão repletas de veículos sem condutor, eliminando os congestionamentos, dentro de no máximo 5 anos. Ele também disse que 1,3 milhão de pessoas anualmente morrem devido a acidentes de carro. "Com veículos sem condutor, os acidentes acabarão."
A Uber continuará a evoluir, disse Kalanick. "Faremos uma parceria com a indústria automotiva. Queremos que os veículos estejam sempre disponíveis de maneira rápida, eficiente, confiável, econômica e totalmente democratizada. Bastará pressionar um botão e você irá para onde quiser." (Mês passado a Uber anunciou uma parceria com a Daimler para a fabricação de veículos autônomos.)
A visão de três anos dele é ambiciosa: "A Uber está começando a se transformar em uma empresa de robótica", comentou Kalanick. "Assim que o movimento nas cidades se tornar autônomo, existirão todos os tipos de desafios robóticos interessantes.”
Musk também anunciou uma observação cautelar aos governos, pelo fato da continuidade da melhoria da eficiência da tecnologia, dizendo que uma "renda básica universal" será necessária já que "haverá menos trabalhos que um robô não conseguirá fazer melhor".
Antes da sessão com Musk, Mattar Al Tayer, presidente do Departamento de Estradas e Transporte, anunciou que drones que transportam pessoas deverão começar a operar no sistema de transporte público até julho de 2017.
Mudança climática e segurança alimentar também estiveram entre os temas do dia. O primeiro ministro do Butão destacou que "um terço do nosso suprimento alimentar global, um total de US$ 2,6 trilhões por ano, é desperdiçado rotineiramente". Sua Alteza Real, a Princesa Haya, falou sobre crises humanitárias internacionais e um relatório das Nações Unidas que estima uma migração de até 50 milhões de pessoas devido à desertificação e mudança climática nos próximos 10 anos.